Acadêmicas de Farmácia realizam protesto contra MP que desvaloriza a classe
Acadêmicas do curso de Farmácia, da Unicentro, compareceram na sessão ordinária desta terça-feira (18) para realizar ato em protesto a polêmica matéria, em trâmite no Congresso Nacional, que desvaloriza a classe. A M.P (Medida Provisória) 653/14 relaxa a obrigação da presença de um profissional graduado em farmácias caracterizadas como micro ou pequenas empresas. O novo texto permitirá que técnicos na área ou inscritos em Conselhos Regionais atuem como responsáveis pelo estabelecimento.
De acordo com estudante Cassieli Pinto, a maior preocupação será com o atendimento a população, visto que a porta de entrada para o sistema de saúde, na maioria das vezes, é a farmácia. “É indispensável à presença de um profissional habilitado para atender as necessidades da comunidade. A partir do momento que há um técnico atendendo no balcão, o estabelecimento se torna uma loja ou mercado. O farmacêutico detém todo o conhecimento sobre medicamentos e possui domínio na clínica dos problemas que podem chegar até os estabelecimentos onde trabalha”, ressaltou.
Milton Roseira Jr. (PSDB) também se manifestou contra a matéria. Em discurso na tribuna, ele lembrou que o país se mobiliza para impedir a efetivação da M.P. “Penso que a farmácia sem farmacêutico é como hospital sem médico. Outro cenário que podemos exemplificar é de obrigatoriedade de professores em escolas de grande porte, mas nas pequenas, sem esta necessidade. Estamos juntos nesta luta”, reforçou.
Saiba mais
No dia 11 de agosto, a presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei 13.021/2014, que dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas, com quatro vetos, e editou a MP citada. “Poderiam colocar em risco a assistência farmacêutica à população de localidades mais isoladas e interferir nas competências de fiscalização de estados e municípios”, justificou Rousseff, em matéria pública pelo site da Câmara Federal.
Ainda segundo Cassieli, a redação original da Lei significava um grande avanço para a saúde do país, mas tais alterações (vetos) geram um retrocesso para a classe.
A matéria está em regime de urgência e deverá ser apreciada até o final do ano.