CREA-PR e AEAG defendem inspeções preventivas nas edificações de Guarapuava e região

por Administrador publicado 04/09/2012 15h38, última modificação 06/10/2024 18h09
Em Guarapuava, temos edificações com 30, 40 e até 50 anos de idade que jamais passaram por inspeção ou manutenção.
CREA-PR e AEAG defendem inspeções preventivas nas edificações de Guarapuava e região

Imagem predial da ciadade

O CREA-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná) de Guarapuava e AEAG (Associação de Engenheiros e Arquitetos de Guarapuava) orientam proprietários de imóveis sobre a necessidade da inspeção e manutenção predial. A medida previne acidentes e oferece melhores condições de moradia nas edificações.

A inspeção predial é uma ferramenta que demonstra tecnicamente a necessidade de reparos ou substituições dentro de um programa de manutenção. Ela busca verificar problemas no tocante ao estado de estruturas, cobertura, fachada, revestimentos, instalações elétricas, SPDA (Sistema de Proteção a Descargas Atmosféricas), instalações hidráulicas aparentes, vazamentos, possíveis infiltrações, entre outros itens. A definição é do caderno técnico Inspeção e Manutenção Predial do CREA-PR.

Todas as edificações, das residenciais às comerciais, estão sujeitas à necessidade de inspeção e manutenção. O custo das intervenções diminui na medida inversamente proporcional à devida atenção que a estrutura recebe.

“Todo material tem uma determinada vida útil. A manutenção predial vem garantir que esse material cumpra sua função para aquele período de tempo. Caso ela não aconteça, o material tem sua vida útil encurtada”, explica o engenheiro civil e inspetor do CREA-PR, Massanori Hara, que também é presidente da AEAG (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Guarapuava).

Segundo o engenheiro civil José Luiz Cieslack, representante do CREA-PR no Concidade (Conselho do Plano Diretor de Guarapuava), as edificações, em geral, também possuem um tempo de vida útil, que pode chegar a 50 anos. “Com o tempo, as edificações sofrem fadiga. Elas geralmente são projetadas para uma vida útil de 40 a 50 anos”, esclarece. “A edificação pode ser comparada a um automóvel. Se houver a devida manutenção, sua duração é ilimitada”, compara.

Entre os profissionais que possuem conhecimento para realizar os procedimentos previstos na inspeção estão engenheiros civis, arquitetos, engenheiros mecânicos, engenheiros eletricistas, dentre outros. O trabalho é abrangente e a necessidade de avaliação periódica varia, conforme a idade do imóvel e o tipo de construção. O engenheiro civil pode coordenar o plano de inspeção. A partir dele, buscará identificar anomalias ou vícios de construção e falhas de execução, operação e gerenciamento. “Os proprietários devem recorrer a um engenheiro civil de confiança. Ele buscará os profissionais necessários para atuação em cada área”, comenta Hara.

Necessidade de lei

Alguns municípios possuem leis exigindo a inspeção e manutenção predial periódica no país. No entanto, Guarapuava ainda não tem legislação própria. Para Hara, isso é resultado da falta de foco do brasileiro em cultura preventiva.

“Essa cultura de manutenção e inspeção praticamente não existe no país. Só se começou a falar no assunto devido a grandes tragédias no Rio de Janeiro e em São Paulo com edificações antigas que não passaram por inspeção. Infelizmente, a sociedade só lembra do tema quando ocorre uma tragédia”, afirma.

Em conjunto com a Regional do CREA-PR em Guarapuava, a AEAG pretende sugerir até 2013 uma minuta de lei ao poder público local, com o intuito de disciplinar a questão. Um passo foi dado em julho, quando profissionais da cidade participaram de uma palestra sobre a NBR 15575, a Norma de Desempenho na Construção Civil, que entra em vigor em 2013 e exigirá a especificação nos projetos de edificações do desempenho e durabilidade dos materiais nela utilizados.

“Em Guarapuava, temos edificações com 30, 40 e até 50 anos de idade que jamais passaram por inspeção ou manutenção. O certo seria que fossem feitas a cada um ou dois anos, dependendo de suas características”, alerta Cieslack.

João Quaquio - Jornalista