CREA-PR e AEAG defendem inspeções preventivas nas edificações de Guarapuava e região
O CREA-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná) de
Guarapuava e AEAG (Associação de Engenheiros e Arquitetos de Guarapuava)
orientam proprietários de imóveis sobre a necessidade da inspeção e manutenção
predial. A medida previne acidentes e oferece melhores condições de moradia nas
edificações.
A inspeção predial é uma ferramenta que demonstra
tecnicamente a necessidade de reparos ou substituições dentro de um programa de
manutenção. Ela busca verificar problemas no tocante ao estado de estruturas,
cobertura, fachada, revestimentos, instalações elétricas, SPDA (Sistema de
Proteção a Descargas Atmosféricas), instalações hidráulicas aparentes,
vazamentos, possíveis infiltrações, entre outros itens. A definição é do caderno
técnico Inspeção e Manutenção Predial do CREA-PR.
Todas as edificações,
das residenciais às comerciais, estão sujeitas à necessidade de inspeção e
manutenção. O custo das intervenções diminui na medida inversamente proporcional
à devida atenção que a estrutura recebe.
“Todo material tem uma
determinada vida útil. A manutenção predial vem garantir que esse material
cumpra sua função para aquele período de tempo. Caso ela não aconteça, o
material tem sua vida útil encurtada”, explica o engenheiro civil e inspetor do
CREA-PR, Massanori Hara, que também é presidente da AEAG (Associação dos
Engenheiros e Arquitetos de Guarapuava).
Segundo o engenheiro civil José
Luiz Cieslack, representante do CREA-PR no Concidade (Conselho do Plano Diretor
de Guarapuava), as edificações, em geral, também possuem um tempo de vida útil,
que pode chegar a 50 anos. “Com o tempo, as edificações sofrem fadiga. Elas
geralmente são projetadas para uma vida útil de 40 a 50 anos”, esclarece. “A
edificação pode ser comparada a um automóvel. Se houver a devida manutenção, sua
duração é ilimitada”, compara.
Entre os profissionais que possuem
conhecimento para realizar os procedimentos previstos na inspeção estão
engenheiros civis, arquitetos, engenheiros mecânicos, engenheiros eletricistas,
dentre outros. O trabalho é abrangente e a necessidade de avaliação periódica
varia, conforme a idade do imóvel e o tipo de construção. O engenheiro civil
pode coordenar o plano de inspeção. A partir dele, buscará identificar anomalias
ou vícios de construção e falhas de execução, operação e gerenciamento. “Os
proprietários devem recorrer a um engenheiro civil de confiança. Ele buscará os
profissionais necessários para atuação em cada área”, comenta Hara.
Necessidade de lei
Alguns municípios possuem leis exigindo a
inspeção e manutenção predial periódica no país. No entanto, Guarapuava ainda
não tem legislação própria. Para Hara, isso é resultado da falta de foco do
brasileiro em cultura preventiva.
“Essa cultura de manutenção e inspeção
praticamente não existe no país. Só se começou a falar no assunto devido a
grandes tragédias no Rio de Janeiro e em São Paulo com edificações antigas que
não passaram por inspeção. Infelizmente, a sociedade só lembra do tema quando
ocorre uma tragédia”, afirma.
Em conjunto com a Regional do CREA-PR em
Guarapuava, a AEAG pretende sugerir até 2013 uma minuta de lei ao poder público
local, com o intuito de disciplinar a questão. Um passo foi dado em julho,
quando profissionais da cidade participaram de uma palestra sobre a NBR 15575, a
Norma de Desempenho na Construção Civil, que entra em vigor em 2013 e exigirá a
especificação nos projetos de edificações do desempenho e durabilidade dos
materiais nela utilizados.
“Em Guarapuava, temos edificações com 30, 40
e até 50 anos de idade que jamais passaram por inspeção ou manutenção. O certo
seria que fossem feitas a cada um ou dois anos, dependendo de suas
características”, alerta Cieslack.
João Quaquio - Jornalista