Maria Magdalena Nerone - coragem para sonhar

“É uma alegria poder lutar por uma causa maior”, comenta a professora, pesquisadora, autora e ex-vereadora Maria Magdalena Nerone, ao comentar as inúmeras memória que carrega de seu tempo no Legislativo Municipal. Ela lembra que um ter um motivo pelo qual batalhar faz a pessoa ser muito mais feliz do que ser focado nos aspectos individuais.

É por isso que hoje, aos 82 anos, ela se diz feliz. O motivo foi sempre ter contribuído para a comunidade, inclusive fazendo parte do Poder Legislativo. Tendo defendido a cultura, a família e os interesses de toda a sociedade, ela atuou com coragem, votando por vezes contra a bancada da situação, da qual fez parte. “Eu votava pensando nos cidadãos. No que era melhor para eles. Eu tenho uma alegria interior de saber que eu contribui”, compartilha.

Durante seu período na Câmara de vereadores, ajudou a criar o Conselho Municipal da Pessoa Idosa, o diploma da Mulher Cidadã, atuou pelo aspecto social e apoiou diversos projetos de lei que fizeram a diferença para a população Guarapuavana. Além de ter cumprido um mandato entre 2001 e 2004, Maria Magdalena Nerone foi suplente em 1999, além de ter sido Secretária de Promoção Social, entre 1997 e 1998, e Presidente do Conselho de Assistência Social, no mesmo biênio. Ainda foram frutos de sua atuação política a defesa da criação de uma Secretaria de Cultura e uma fundação cultural em Guarapuava.

A vida faz sentido com sonhos

A capacidade de sonhar é aquilo que o ser humano tem de mais precioso, defende a professora Maria Magdalena Nerone. E foi justamente por sonhar em lutar por uma causa maior que ela se interessou pela política. 

Apesar de ter crescido em um lar frequentado por figuras políticas, a jovem Maria Magdalena não se interessava tanto pelo assunto. Posteriormente, quando se tornou pesquisadora viu que o caminho para conseguir auxiliar as comunidades faxinais, objeto central de seus trabalhos, passava justamente pelo meio político.

Além disso, no mesmo período, costumava frequentar a Pastoral Familiar. Suas companheiras desejam que houvesse mais representantes mulheres em cargos de liderança. Nesse sentido, gostariam que uma das participantes concorresse ao cargo de vereadora nas eleições.  A escolhida pelo grupo foi a dona Maria Madalena. “Eu entrei na política, então, por esses dois motivos que veio a calhar, aconteceram meio que na mesma época”, recorda.

E seu sonho de fazer a diferença continua sendo realizado até hoje. Atualmente Maria Magdalena Nerone continua a atuar pela cultura, sendo presidente da Academia de Letras, Artes e Ciências de Guarapuava (ALAC), entidade da qual é uma das fundadoras.

Mulheres que iluminam

Entre as memórias que carrega, uma delas foi da Sessão Solene Mulheres que Iluminam, realizada em 1999. Uma cerimônia de reconhecimento a mulheres que fizeram a diferença atuando na sociedade guarapuavana. O evento foi apenas mais um dos reflexos daquilo que acredita: uma sociedade igualitária.

A ex-vereadora acredita e luta por uma sociedade com equilíbrio na participação política. Seu desejo é que as mulheres deixem um rastro de luz por onde andarem; “Uma mulher que ocupe o seu espaço ao lado do homem, sem atropelos, com equilíbrio. Que seja capaz de sonhar para nossos filhos e para nós mesmas. Que seja capaz de reescrever a história  da mulher, uma história digna de ser lida”, defende.

É justamente por acreditar nisso, que ela enxerga uma homenagem como a Galeria Lilás como um avanço na História das Mulheres. “Essa é uma forma de reconhecer esse espaço. Tudo isso é uma conquista social”, finaliza.