Um pouco de história sobre os 163 anos do poder legislativo em Guarapuava

por Imprensa publicado 08/04/2016 23h15, última modificação 06/10/2024 18h10

 

A Câmara Municipal de Guarapuava completa neste dia 9 de abril de 2016, 163 anos de existência. Um marco no tempo e no cenário político do município, constituindo-se na expressão do estado democrático brasileiro, e estando no centro das grandes decisões que afetam a comunidade. “É uma data muito significativa por sua história, e pela importância do poder legislativo na vida de todos os cidadãos aqui nascidos na cidade, ou que a escolheram para fixar residência, para criar seus filhos, trabalhar, e trazem aqui suas demandas por meio dos seus representantes que o fazem através do debate público”, disse o presidente da casa, João Carlos Gonçalves, (João Napoleão).
A história da câmara de vereadores em Guarapuava se relaciona intimamente com a vida política, administrativa e cultural do Paraná, refletindo ou atuando nas mudanças que ocorreram ao longo do tempo. A instalação do legislativo municipal foi no século, XIX, no ano, de 1853, e, segundo pesquisa no Arquivo Histórico do Paraná, antecede à instalação oficial da Província do Paraná que ocorreu em 19 de dezembro de 1853, pelo presidente Zacarias de Góes e Vasconcelos. Um período de efervescência, de luta pela conquista da autonomia política administrativa. 
A freguesia de Guarapuava, Nossa Senhora do Belém, foi fundada em 1819 e somente em 1852 tornou-se vila. Um ano após a Freguesia conquistar a condição de vila, no dia 9 de abril de 1853 foi instalada a Câmara Municipal de Guarapuava, pelo império de Dom Pedro II, sendo a sexta câmara criada no estado. Em 1859 foi instituída a Comarca. 
A primeira Legislatura era composta por quatro camaristas, como eram chamados os vereadores: presidente: Major Manoel Marcondes de Sá e os Camaristas Antônio de Sá Camargo (Visconde de Guarapuava), Francisco Ferreira da Rocha Loures e Joaquim Jose Lacerda. 
A participação do poder legislativo foi significativa para o desenvolvimento da sociedade guarapuavana, diante do aumento da população que começou a partir da segunda metade do século XIX, com a inserção do município na rota dos tropeiros, da implementação de alguns equipamentos rurais e urbanos como escola, hospital e cinema. 
O crescimento populacional veio junto com os primeiros problemas sobretudo no espaço urbano. A demanda da população para melhoria dos serviços e infraestrutura urbana era sempre presente nas atas para o presidente da província, e nas atas da câmara municipal, entre elas iluminação pública, pavimentação de ruas, e “qualidade das águas dos chafarizes’’: o abastecimento de água potável era suprido pelas fontes naturais como olhos d’água. Essa foi uma causa abraçada pela Câmara Municipal, que começou a discutir uma alternativa para atender a demanda de água entre a população, e surge então a ideia da construção de chafarizes. 
Com o fim do império e início da república (1892) foi eleito o primeiro prefeito de Guarapuava, coronel Pedro Lustosa de Siqueira. Nessa época os camaristas, sem sede, se reuniam em suas próprias casas e até na capela que ficava nos fundos da Catedral Nossa Senhora de Belém. Depois, as reuniões passaram a acontecer em um prédio na Rua XV de Novembro, juntamente com a prefeitura e uma delegacia. 
Só no século XX, na gestão do prefeito Candido Pacheco Bastos o prédio foi vendido e, deste modo, as reuniões legislativas foram transferidas para o edifício Nossa Senhora de Belém, onde permaneceram por 23 anos, entre os anos de 1977 até 2000. No ano de 2000 na gestão do presidente Valtair Siqueira Alberti foi construído o prédio próprio do legislativo guarapuavano. A sede própria foi inaugurada em 21 de junho de 2000, no Edifício Vereador Manoel Marcondes de Sá, na rua Pedro Siqueira, 431, onde está até hoje. A Câmara Municipal de Guarapuava conta hoje com 21 cadeiras.
Para esta matéria foram consultadas as seguintes obras:

REFERÊNCIAS 
ABREU, Alcioly Therezinha Gruber; MARCONDES, Gracita Gruber. O abastecimento de ‘água no século XIX a Evolução do saneamento básico em Guarapuava. Guarapuava: UNICENTRO,1992.
CARNEIRO, Ana Cristina; GOMES, Marquiana de Freitas Vilas Boas Gomes (orientadora). A apropriação social da natureza na cidade de Guarapuava entre os séculos XIX e XX. Anais do XIX EAIC – 28 a 30 de outubro de 2010, UNICENTRO, Guarapuava – (Fundação Araucária - UNICENTRO). Acesso em 07 de abril de 2016. Disponível emhttp://anais.unicentro.br/xixeaic/pdf/2694.pdf
FEDERAL, GOVERNO. Mapa - Memória da Administração Pública Brasileira. Acesso em 08 de abril de 2016. Disponível emhttp://linux.an.gov.br/mapa/?p=4578
PARANÁ, GOVERNO DO. Arquivo Público do Paraná – História Administrativa do Paraná. Criação, competências, e alterações nas unidades administrativas das províncias do Paraná. Curitiba: Imprensa Oficial.DEAP,2000. Acesso em 08 de abril de 2016. Disponível emhttp://www.arquivopublico.pr.gov.br/…/HistoriaAdministrativ…
KRÜGER, Nivaldo. As Câmaras na formação da nacionalidade. [S.l.: s.n.]. (Data não indicada na obra).