Vereadoras fazem história em Guarapuava

por Imprensa publicado 28/03/2023 19h55, última modificação 06/10/2024 18h10
Pela primeira vez em 170 anos uma Sessão Ordinária do Poder Legislativo foi conduzida apenas por mulheres
Vereadoras fazem história em Guarapuava

Mesa Diretiva composta apenas por mulheres. Foto: Anderson Sant'Ana

O plenário da Câmara de Vereadores de Guarapuava ficou lotado durante a sessão desta terça-feira, dia 28/03. Todos ali buscavam acompanhar um fato que, além de inédito , marcou a história de Guarapuava. 

Pela primeira vez, em 170 anos de existência, uma Sessão Ordinária do Poder Legislativo foi totalmente conduzida por mulheres. A iniciativa é uma forma de celebrar o mês da mulher, além de reforçar a luta por equidade de gênero na política.

Além das quatro vereadoras, que atualmente formam a primeira bancada feminina na história da cidade, Profª Bia (MDB), Professora Terezinha(PT), Cris Wainer (PT) e Bruna Spitzner (PODEMOS), a Mesa Diretiva também foi composta pelas ex-vereadores Maria José Mandu Ribeiro Ribas e Nerci Aparecida Guiné, além da Secretária de Políticas Públicas de Guarapuava, Priscila Schran.

Presidindo a Sessão, Profª Bia reconheceu a importância do momento. “É uma honra para mim, uma felicidade enorme, fazer parte desse momento. É essencial. Simboliza uma luta que nós mulheres travamos todos os dias”, declarou.


Aumentando a representatividade feminina


Para a Profº Bia, essa oportunidade também pode servir de exemplo para outras mulheres. “Hoje somos quatro mulheres no legislativo, mas porque não aproveitar esse espaço para incentivar mais mulheres a ocuparem também. Esse é um espaço que deve ser de todas nós”, completou.

A respeito da ocupação de espaço, Professora Terezinha ressalta que essa é uma luta por direitos iguais, e não para tomada de lugares. “Quando nós buscamos equidade e igualdade como cidadãs, nós não queremos o lugar dos homens. Nós queremos aquele que é nosso de direito”, comentou. 

A vereadora lembrou ainda que a luta é para que as mulheres tenham as mesmas condições de ocupar as cadeiras na política e em igual número que os homens.


Luta é histórica


A busca das mulheres por ocupar mais espaços se arrasta há tempos. Cris Wainer lembrou das conquistas dentro da política, que vem historicamente desde o direito do voto, chegando ao momento atual com a formação de bancadas femininas. “Tudo isso foi muito importante, mas mais ainda é nós nos reconhecermos como uma sociedade fraterna, justa, e lutarmos por uma sociedade melhor”, ponderou.

 A vereadora reforçou o sentimento de gratidão ao participar desse momento. “Para nós é muito gratificante estar aqui como representantes de fato da sociedade. É isso que nos importa e empodera, estar aqui dividindo espaço com nossos colegas, nossas colegas e com a comunidade”, afirmou.

Sua colega de bancada, Professora Terezinha, recordou de quem lutou para que as mulheres ocupassem espaço no passado. Para ela, isso possibilita os avanços que vemos atualmente. “Eu sou, porque nós somos. Nós mulheres, cada degrau que alcançamos na sociedade, é porque tivemos outras mulheres que lutaram antes de nós”, refletiu.


Sessão é marcada por homenagens


Os vereadores que se inscreveram para ocupar a tribuna do plenário na sessão aproveitaram para comentar o fato histórico. Na oportunidade, falaram os vereadores Rodrigo Crema (União Brasil), Vardinho (Cidadania),  Celso Costa (Cidadania), Márcio Carneiro (Cidadania), Paulo Lima(Podemos) e Profª Saulo (Republicanos).

Além disso, o Presidente do Poder Legislativo, Pedro Moraes (Republicanos), que teve a iniciativa para a realização da Sessão Ordinária conduzida apenas por mulheres, reforçou a importância que a luta pela equidade política é uma pauta importante de seu mandato. “Nós não podemos ficar apenas no campo do discurso. Nós precisamos ter ações concretas pela luta das mulheres”, disse.

Ao completar três meses na Presidência, o vereador entende que é preciso trabalhar para ver as mudanças que precisam ser feitas na sociedade. “Se nós queremos um mundo melhor, nós precisamos construir. E é muito melhor construir um mundo melhor, mais justo, e apoiando a luta pelas mulheres”, falou Pedro Moraes.

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